A Escolinha de Futebol
Quando assumi o Projeto Meninos de Ouro na primeira semana de julho ,estava tranquilo mesmo sabendo da necessidade de buscar parcerias para financiar esta obra. No tempo que realizáva o Curso de Imersão, o missionário Edson Melo foi me inserindo aos poucos antes de sua partida ao Malí e neste processo vi que o trabalho é uma realidade e que há uma base formada, logo percebi que minha tarefa será junto com a Igreja Comunidade Evangélica (a Igreja do Mamadou) dar sequência as atividades sonhando com a possibilidade de registrá-lo como razão social. 
Como o funcionamento do Projet Garçon D’or, seu nome original em francês, é a céu aberto onde as pessoas invadem e não respeitam o campo na hora do treinamento e como o Senhor estar sinalizando com uma pequena nuvem, concluímos (eu, Etelvina, Mamadou e Rejane) que o sonho do Projeto Meninos de Ouro ganhar uma identidade jurídica é pálpavel, porquanto trabalharemos para este alvo reconhecendo que temos em mãos um embrião que pode crescer e dar mais frutos. Orem por esta causa.
O Aniversário do Garçons D’or
Com um mês a frente da escolinha celebramos o seu 4º Aniversário no dia 14 de agosto. Louvamos ao Senhor pela provisão que veio do Rio de Janeiro e graças aos recursos compramos 15 pares de chuteiras e doamos um lanche para os meninos.
Um fato marcante nesta data foi a reação dos garotos no momento da apresentação de um power point sobre o Garçon D’or. Eles ovacionaram seus respectivos nomes quando aparecia na tela. Porém confesso que sem querer “estraguei” o barato deles pedindo para aplaudirem no final.
Como eles faziam barulho gritando e aplaudindo seus nomes, não escutando a música de fundo, e como “eu queria sensibilizá-los pela canção” solicitei que aplaudissem no final. Terminada a confraternização todos me agradeceram, contudo, percebi que cometi um equívoco quebrando o clima de alguns. Depois conversando com o Landry, o técnico auxiliar, ele me disse que consegui mexer com o coração dos rapazes ao mostrar um slide onde seus nomes eram destacados e homenageados e não pela música. Jamais esquecerei a emoção destes jovens nem o que fiz! Mas, valeu porque eles amaram o vídeo. Louve ao Senhor conosco pelo trabalho realizado.
O Ministério na Igreja
“Ide e fazei díscipulos batizando...” - Mt 28.18
No dia 01/08 vivi outra emoção intensa quando ao lado do Mamadou oficializei meu primeiro batismo nas águas. Que maravilha foi ver os membros de distintos dialetos cantando a medida que 16 novos soldados professavam a fé em Cristo. Nesta ocasião alugamos um ônibus e um pequeno gerador para festejar esta cerimônia numa área a 5 kilomêtros da cidade em plena mata. Eta glória!
Após o culto os novos membros fizeram "banquetes" em suas casas e convidaram a igreja e amigos para comemorar este ritual de passagem. Todos os detalhes antes e depois do batismo me fizeram comprovar que na cultura africana os rituais tem um valor significativo, daí a razão por todos os festejos.
A Integração da Etelvina na Igreja
Tem dois meses que me inserí no Ministério de Mulheres para ajudar as missiónárias Rejane e Eliete. Além de orarmos e compartilharmos da Palavra de Deus todas as terças-feiras, nos confraternizamos e desenvolvemos cursos de artesanato, culinária e costura para aquelas mulheres que desejam ajudar na renda familiar.
Estes encontros tem sido de muita alegría e edificação.
A cada momento me surpreendo com o sorriso, a gentileza e o desejo delas de aprenderem em meio as dificuldades. Em uma das reuniões, enquanto ensinavamos a fazer salgadinho de carne moída e queijo, a Rejane perguntou para o grupo: Quem de vocês conhecia ou já comeu queijo? Para meu espanto, a maioria não sabia nem o que era queijo! Depois que elas provaram e gostaram do salgado, nos perguntaram se podíam fazer o recheio de peixe e manteiga de karité. Imediatamente levei um choque cultural ao ouvir esta indagação e quando ia dizer que não combinaría, a Rejane sabiamente e contextualizada disse: “sim, pode fazer com a carne que você tem em casa, seja peixe ou carneiro, mas com manteiga de karité não, porque pode abrir o salgado na hora da fritura”. Neste instante fiquei imaginando: como pode alguém desconhecer queijo? como pode fazer recheio do salgadinho com peixe ou manteiga de karité?
Analizando os fatos me dei conta que lamentavelmente boa parte do povo não tem condições de entrar em um supermecado (em Bobo Dioulasso há “UM” mini mercado onde os produtos são caros). É triste, mas mesmo residindo na cidade os burkinabes desconhecem certos produtos. A razão desta “ignorância” estar na realidade econômica. O salário mínimo em Burkina é 30.000,00 FCF (R$ 102,00) e um fogão de 4 bocas, algo que 80% da população não tem, custa 175.000,00 (R$ 598,00). Aqui, as mulheres cozinham a lenha ou carvão numa pedra ou num pequeno utensílio chamado FURNO. Orem por estas mulheres e suas famílias.
Outros Motivos de Oração
Pela salvação dos meninos da escolinha de futebol;
Por parceiros para o Projeto Meninos de Ouro;
Para o trabalho da Etelvina junto as mulheres e pela comunicação em francês;
Pelo meu desenvolvimento da língua para pregar em francês;
Por recursos para aquisição de uma nova máquina fotográfica.
Obrigado por participar do nosso chamado, que o Senhor os abençoe.
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